Presidente do TJ/RO e governador Marcos Rocha (UB) - Foto: Frank Néry

Porto Velho, RO - Um vídeo publicado nas redes sociais pelo jornalista Rubens Coutinho, do portal Tudo Rondônia, caiu como uma fagulha no palheiro político do estado. Em tom direto — e com aquela verve típica de quem conhece os bastidores como poucos — Rubens revelou informações atribuídas a fontes próximas ao governo, segundo as quais o governador Marcos Rocha estaria articulando a candidatura do desembargador Miguel Raduan ao governo de Rondônia nas eleições de 2026.

A fala, que se espalhou rapidamente entre jornalistas, militantes e servidores, abriu um novo capítulo no já tumultuado tabuleiro sucessório do estado.
O conteúdo do vídeo: os bastidores que “brotam como cogumelo de chuva”

Segundo Rubens Coutinho, o governador estaria trabalhando nos bastidores para viabilizar o nome do desembargador Miguel Raduan, atual presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, para disputar o governo.
O jornalista lembrou que Raduan assumiu o governo do estado por cinco dias como interino, em ocasião em que:
Marcos Rocha se afastou,
O vice Sérgio Gonçalves — por motivos não revelados — também não assumiu,
Cabendo a Raduan ocupar o cargo temporariamente.
Rubens destaca ainda a força política da família: o irmão do magistrado, Alexandre Miguel, está “na boca da cadeira” para assumir a presidência do TJRO.
“Então os dois Raduan, os dois desembargadores, estariam na bica pra assumir o poder em Rondônia — o poder da magistratura e o poder executivo”, diz Rubens no vídeo.

Vice-governador fora do jogo?

No vídeo, Rubens Coutinho afirma que o vice-governador Sérgio Gonçalves deseja ser candidato, mas que sua pretensão não é levada a sério nem dentro do próprio Palácio Rio Madeira.

Rubens chega a dizer que o governador teme uma “traição” política do vice.

Com isso, Marcos Rocha, segundo ele, estaria avaliando alternativas — e uma delas seria justamente lançar o desembargador Raduan como seu sucessor.

O plano do governador: candidatura ao Senado

O jornalista também afirma que Marcos Rocha não pretende disputar novamente o governo, mas sim buscar uma vaga no Senado após concluir seus oito anos à frente do estado.
Para isso, seria estratégico apoiar um nome forte que pudesse manter alinhada a estrutura do governo estadual — e a figura de um presidente do Tribunal de Justiça viria como uma peça valiosa nesse xadrez.
Nada confirmado oficialmente — mas os sinais estão no ar
Rubens reforça, no vídeo, que:
Não há confirmação formal da articulação,
As informações surgem dos bastidores,
Mas são “fontes muito ligadas ao Palácio”.

E como ele mesmo afirma:
“Vamos ver no que isso vai dar. Vamos ver doravante em que isso vai findar.”
Na política rondoniense, onde alianças mudam como vento da Amazônia, toda fagulha pode virar incêndio.
Por que o vídeo repercutiu tanto?
Porque toca em três nervos políticos sensíveis:
Sucessão ao governo de Rondônia em 2026, tema que já movimenta grupos internos e externos ao Palácio;
A influência crescente do Judiciário, com dois desembargadores da mesma família chegando ao topo do TJRO;
A fragilidade política do vice-governador, agora apontado como carta fora do baralho.
Para analistas, o vídeo de Rubens Coutinho traduz exatamente o clima do momento: rumores fortes, movimentos silenciosos e uma disputa que já começou — mesmo que ninguém admita publicamente.