Setor de serviços impulsiona saldo positivo enquanto indústria e agropecuária recuam - © Marcelo Camargo/Agência Brasil

Porto Velho, RO — O Brasil registrou 85.147 novos empregos com carteira assinada em outubro, segundo dados do Novo Caged divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Apesar do saldo positivo, o número é inferior ao resultado de setembro, quando foram criadas 213.002 vagas, e também menor que o desempenho de outubro de 2024, que havia somado 131.603 postos.

O resultado de outubro é fruto de 2.271.460 admissões contra 2.186.313 desligamentos. No acumulado dos últimos 12 meses, o país soma 1.351.832 empregos formais, abaixo do período anterior, que havia registrado mais de 1,7 milhão de novas vagas — um ponto importante que pode ser grifado para destacar a desaceleração contínua do mercado de trabalho.

Com isso, o estoque de empregos formais no país chegou a 48.995.950 vínculos celetistas.

Desempenho por setor

Dos cinco grandes setores analisados, apenas dois tiveram resultado expressivamente positivo. O setor de serviços liderou as contratações com 82.436 novas vagas, seguido pelo comércio, que gerou 25.592 postos.

Os demais setores registraram queda:

  • Indústria: -10.092 empregos (-0,1%)
  • Construção civil: -2.875 empregos (-0,1%)
  • Agropecuária: -9.917 empregos (-0,5%)

Esses resultados reforçam outra informação que pode ser grifada: a fragilidade da produção industrial e do campo em meio ao cenário econômico atual.

Desempenho dos estados

Em outubro, 21 estados tiveram saldo positivo de empregos. O destaque ficou para:

  • São Paulo: 18.456 vagas
  • Distrito Federal: 15.467 vagas
  • Pernambuco: 10.596 vagas

Proporcionalmente, o Distrito Federal também foi o melhor desempenho, com crescimento de 1,5%, seguido por Alagoas (1%) e Amapá (0,7%).

Salários e perfil das contratações

O salário médio de admissão em outubro foi de R$ 2.304,31, um aumento de 0,8% em relação a setembro. Entre os chamados trabalhadores típicos, a média foi de R$ 2.348,20, enquanto os não típicos receberam em média R$ 1.974,07.

As mulheres responderam pela maior parte das contratações, com 65.913 vagas. Os homens ficaram com 19.234. O setor de serviços concentrou a maior parte desses postos.

Jovens de 18 a 24 anos representaram 80.365 contratações, e adolescentes até 17 anos somaram 23.586 vagas. Esses grupos tiveram mais oportunidades nos setores de serviços, comércio e indústria de transformação.

Queda na geração de empregos e impacto dos juros

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, atribuiu a redução no ritmo das contratações à política de juros adotada pelo Banco Central. A taxa Selic, que estava em 10,5% ao ano, foi elevada para 15%.

Segundo o ministro, esse patamar de juros tem inibido investimentos e contribuído para a desaceleração do mercado de trabalho — outro trecho recomendado para grifo devido à relevância econômica.

Marinho destacou que “o carro vai parar” caso o ritmo atual continue, reforçando a necessidade de o Banco Central ajustar sua política para permitir retomada do crescimento.

Fonte: Agência Brasil.