A juíza distrital dos Estados Unidos, Paula Xinis, ordenou à administração norte-americana que apresente evidências das medidas adotadas para facilitar o retorno do salvadorenho Kilmar Abrego Garcia aos Estados Unidos. 

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Porto Velho, Rondônia - Este caso é particularmente relevante, uma vez que Abrego Garcia foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador, sob alegações de terrorismo. A juíza está considerando a possibilidade de processar a administração de Donald Trump por desrespeito, uma vez que os advogados de Abrego Garcia solicitaram que o governo fosse responsabilizado pela inação.

Em sua ordem, Paula Xinis destacou que a administração Trump ainda não apresentou "nada" em relação aos esforços para garantir o retorno do salvadorenho. A juíza afirmou que aguardará e analisará as provas que o governo deverá apresentar, incluindo depoimentos sob juramento, antes de tomar uma decisão sobre o assunto.

Em resposta, Drew Ensign, do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, afirmou que o governo cumpriu as ordens da juíza e que, caso Abrego Garcia se apresentasse, facilitariam "o seu regresso" ao país. Vale ressaltar que Abrego Garcia foi deportado em 15 de março e levado para uma prisão notória em El Salvador, apesar de uma ordem judicial de 2019 que proibia sua deportação.

Durante um encontro recente entre o presidente de El Salvador e Donald Trump, o presidente salvadorenho rejeitou a possibilidade de devolver Abrego Garcia aos Estados Unidos, alegando que não desejava "enviar um terrorista". Este encontro ocorreu após o Supremo Tribunal dos Estados Unidos ter determinado, na quinta-feira, que Abrego Garcia deveria retornar ao território norte-americano, após ter sido enviado ao Centro de Confinamento de Terroristas (Cecot) em El Salvador, em contrariedade a uma ordem judicial.

As autoridades de imigração dos Estados Unidos reconheceram que deportaram Abrego Garcia por engano. Ele é residente de Maryland e casado com uma cidadã norte-americana. O Cecot, onde ele se encontra, é uma prisão conhecida por abusos aos direitos humanos, e a legalidade da deportação de migrantes para El Salvador tem sido questionada por organizações de defesa dos direitos civis, que têm movido ações judiciais para impedir a expulsão de mais indivíduos para o país centro-americano.

No contexto da ampla ofensiva imigratória da administração Trump, Washington declarou que o grupo criminoso Tren de Aragua (TdA) está invadindo seu território e invocou a Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1798, para acelerar os procedimentos de deportação contra supostos membros dessa organização criminosa.


FONTE - Notícias ao Minuto.