PF indicia ex-diretores da PRF por tentarem impedir deslocamento de eleitores em 2022

PF indicia ex-diretores da PRF por tentarem impedir deslocamento de eleitores em 2022


Inquérito convocado de crimes como desobediência e restrição ao exercício do voto; Cabe à PGR decidir sobre a denúncia. PF apura se blitzes no 2º turno, em 2022, teve motivação política.
Por Márcio Falcão, TV Globo.

Porto Velho, RO - A Polícia Federal indiciou quatro ex-diretores e coordenadores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acusados ​​de tentar, em 2022, dificultar ou impedir a movimentação de potenciais visitantes do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva.

Foram indiciados:

* Luis Carlos Reischak Junior, ex-diretor de Inteligência e ex-Superintendente da PRF no Rio Grande do Sul;


* Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-diretor de Inteligência Substituto;

* Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações;

* Adiel Pereira Alcantara, ex-coordenador de Análise de Inteligência da PRF.

Também foi indicado Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador-geral de Inteligência e Contrainteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

🔎 O indiciamento é o momento em que a PF envia as instruções da investigação para as próximas etapas. O documento foi lavrado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR). Cabe à PGR decidir se denunciar os denunciados, pedir mais investigações ou arquivar o caso.

Ainda em 2023, o blog do Valdo Cruz mostrou mensagens obtidas pela PF em que Adiel Alcântara acusou Silvinei Vasques – diretor-geral da PF no governo Jair Bolsonaro – de ter “falado muita merda” e ter citado “policionamento direcionado” em reuniões anteriores ao segundo turno.

No inquérito, a Polícia Federal reuniu regularmente que os cinco indiciados praticaram os crimes de:

*desobediência

* prevaricação (quando um agente público desrespeita a lei ao agir ou se omitir)

* Restrição ao exercício do direito de voto

* participação (por omissão) nenhum crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

O indiciamento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro, mas não tinha sido divulgado. As conclusões foram reveladas nesta quarta-feira (22) pelo UOL e confirmadas pela TV Globo.

Em agosto de 2024, a PF já tinha indicado o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques e quatro policiais federais cedidos ao Ministério da Justiça – todos, para tentar impedir a movimentação de visitantes na região Nordeste até os locais de votação. Relembre abaixo:

https://g1.globo.com/jornal-nacional/video/pf-indicia-anderson-torres-e-silvinei-vasques-por-impedirem-deslocamento-de-eleitores-no-2o-turno-da -disputa-presidencial-12831146.ghtml

PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques por impedirem deslocamento de eleições no 2º turno da disputa presidencial

Blitzes no dia da eleição

Em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno, a PRF realizou blitzes que interferiram na negociação de eleições – principalmente no Nordeste, onde Lula (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.

Na véspera, o diretor-geral da PRF havia declarado voto em Bolsonaro.

No domingo do segundo turno, Alexandre de Moraes determinou a suspensão imediata das blitze, sob pena de prisão de Vasques. A ordem, no entanto, foi desrespeitada pela PRF.

Relatório obtido pelo blog de Andréia Sadi na época mostra que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula (PT) era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do 2º turno das eleições de 2022.


Fonte: G1
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